Luiza Alves
As 500 mudas adquiridas com a parceria serão divididas entre as unidades de Maricá Fazenda Pública Joaquín Piñero e Manu Manuela. Foram descarregas no dia 23 de julho nas UPA’s (Unidades de Produção Agroecológica), a parceria é importante, pois fortalece a implantação do Sistema Agroflorestal (SAF), e recuperação da Área de Preservação Permanente (APP), as mudas possibilitam a reposição de perdas, e inserção de novas variedades.
Para saber mais do Programa da CEDAE Replantando Vida e Sistemas Agroflorestais, e APP é só continuar a leitura, que iremos explicar cada processo e a importância deles, tanto socialmente como para a sustentabilidade, e para cultivos agroecológicos.
O Programa da CEDAE Replantando Vida
O Programa Replantando Vidas existe há 20 anos no Rio de Janeiro, fruto de convênio entre a Cedae e a Fundação Santa Cabrini. O programa é um compromisso da Estatal em recuperar áreas degradadas ocasionadas pelos corpos hídricos.
O objetivo principal do programa é ressocializar articulando ações socioambientais, vidas, floresta que vão
se reconstruindo pela oportunidade de trabalho, inclusão social e geração de renda. Nos anos de existência o programa já atendeu 4,5 mil apenados, sendo a empresa que mais emprega mão de obra oriunda do cárcere.
O Programa, é uma força tarefa na recuperação das matas ciliares, nascentes, zonas de recarga e demais áreas prioritárias para a melhoria da qualidade e quantidade da água nas bacias hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro.
As mudas de árvores nativas, além de suprir uma demanda interna da CEDAE também são disponibilizadas para parceiros com projetos voltados à proteção e recuperação de nascentes na mata ciliar no estado do Rio de Janeiro.
E foi nesse sentido que a COOPERAR viu a possibilidade de realizar parceria e fortalecer as ações desenvolvidas no Termo de Colaboração Técnica 018/2020, em que desenvolve ações para recuperar a APP do Córrego que é afluente do Rio Padreco, localizado na Fazenda Pública Valquimar Reis Ferreira – Joaquín Piñero. O Padreco é o principal rio que percorre a Fazenda com curso de 2085,87 m, sendo um afluente do rio Caranguejo.
As mudas e as UPA’s de Maricá
As Mudas de árvores vão para UPA’s Joaquín Piñero e Manu Manuela, que tem objetivos voltados para a produção de alimentos agroecológicos que possibilita recuperar, regenerar áreas impactadas pelo uso inadequado do solo, das margens de rios e córregos, e recompondo a biodiversidade na área.
Sendo assim mais uma possibilidade de avançar na recuperação da APP do Rio Padeco, e na implantação do Sistema Agroflorestal. A implantação iniciou em dezembro de 2020 com plantio de 400 mudas, e em abril e maio deste ano foram realizados replantios e introdução de mais novas espécies.
No caso da Unidade Manu Manuela, que tem o foco na recuperação de área degradada, e passou por aterramento em maio de 2020, a inserção de árvores da mata atlântica contribuem para a recuperação da área e restabelecer a biodiversidade local.
Abaixo está a listagem da mudas adquiridas:
Nome popular | Porte | Quantitativo |
Cajá Mirim | Grande | 50 |
Goiaba | Pequeno a Médio | 100 |
Jabuticaba | Médio | 100 |
Timbó | Médio | 50 |
Jurema Branca | Arbustivo até 4m | 50 |
Ipê Roxo | Médio a Grande | 100 |
Mirindiba Rosa | Médio | 50 |
Caso tenha mais curiosidades sobre o que é agroecologia e sistemas agroflorestais esse é o momento de aproveitar ainda mais essa leitura. Se esse for o primeiro texto que está lendo do nosso site, indicamos que leia mais sobre o projeto nossas ações e unidades agroecológicas é só clicar aqui.
Produção agroecológica e SAF- Sistema Agroflorestal
Vamos aos fatos o que é agroecologia, vai além de um processo de produção de alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos é toda uma preocupação com a cadeia de produção, não apenas com terra e os alimentos que são de suma importância, mas também para quem os produz.
Então de maneira específica a agroecologia é uma ciência que busca ampliar a biodiversidade dos ecossistemas com objetivo o estabelecimento de diversas interações entre o solo, plantas e animas, aumentando autorregulação do agroecossitema, por meio de algumas práticas como:
- Cobertura permanente do solo,
- Adubação verde,
- Proteção contra os ventos,
- Práticas de conservação do solo (controle da erosão),
- Rotação de culturas,
- Consorciação de culturas,
- Cultivo em faixas, entre outras.
- Controle Biológico Natural
Com todas essas praticas ela não pensa apenas na produção ecologicamente, mas também socialmente, pois é uma ciência capaz de mudar a realidade, para uma vida de qualidade e de trabalho digno para os grupos tradicionais como indígenas, quilombolas, produtores familiares como camponeses e assentados da reforma agrária, pois favorecer a auto-gestão da comunidade produtora respeitando sua cultura e estimulando sua dinâmica social.
Qual papel do Sistema Agroflorestal ?
A implementação de SAF’s (Sistemas Aflorestal) podem ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas, pois são análogos aos ecossistemas naturais, em que árvores exóticas ou nativas são consorciadas com culturas agrícolas.
Produção agroecológica associada ao sistema agroflorestal
Os benefícios da associação da produção agroecológica com os sistemas agroflorestais se dá por suas afinidades, ambos pretendem otimizar efeitos das interações que ocorrem entre as árvores, os cultivos agrícolas e os animais, reduzindo os impactos ambientais negativos.
Desta forma possibilitando que os sistemas agroflorestais inseridos num contexto da produção agroecológica contribuam imensamente para o desenvolvimento equilibrado, integrado e duradouro tanto da paisagem natural quanto na otimização o uso da terra, sendo esse o caso das unidades de produção do projeto, conservando o solo e diminuindo a pressão pelo uso da solo para a produção agrícola e ainda recuperando áreas degradadas dentro do agrossistema.
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Fontes:
Articulação Nacional de Agroecologia (ANA)
Greenpeace
Brasil de Fato
Embrapa
O Prelo
Globo educação
[…] Nas duas unidades de produção trabalhamos com 48 variedades alimentares diferentes, algumas delas são: alface, rúcula, berinjela, repolho, pimentão, tomate, aipim, batata doce, abóbora, feijão guandu, banana, cana de açúcar, milho, cebolinha, salsa, coentro, entre outras. E estão distribuídas em sistemas de produção em formato de mandala, canteiros retos, em aleia e Sistema Agroflorestal (SAF). […]